Biografia
Talcott Edgar Frederick Parsons foi um sociólogo americano, sendo por muitos anos um dos mais conhecidos do seu país, uniu em sua obra a sociologia à antropologia social e à psicologia clínica, sendo também o representante mais destacado do conceito de estrutural-funcionalismo.
Nascido em 13 de dezembro de 1902, em Colorado Springs, Colorado, graduou-se em 1924, em Biologia e Filosofia pela Faculdade Amherst.No ano seguinte fez pós-graduação na Escola de Economia de Londres(London School of Economics), estudando a obra de Harold Laski, R. H. Tawney, Bronislaw Malinowski, Leonard TrelawnyHobhouse.
Na sequencia, recebeu o título de Doutorado em Sociologia e Economia, na Universidade de Heidelberg, Alemanha. Sendo que, foi aonde ele conheceu e traduziu as obras de Max Weber, que não era muito conhecido nos Estados Unidos.
Lecionou por um ano em Amherst e depois conseguiu uma vaga em Harvard, em 1927, trabalhando primeiro com Economia e depois indo para Sociologia. Assim, ele criou o Departamento de Relações Sociais, que era um projeto interdisciplinar que serviu como base, para o desenvolvimento de sua análise, que foi chamada de Funcionalismo.
Foi em 1937, com a publicação de “A Estrutura da Ação Social”, que ele obteve reconhecimento e, em 1949, passou a presidir a Sociedade Americana de Sociologia.
Parsons morreu em Munique, Alemanha, em 1979, mas deixou uma obra ampla, que listamos abaixo:
- 1937 – A Estrutura da Ação Social
- 1951 – O Sistema Social
- 1956 – Economia e Sociedade – com N. Smelser
- 1960 – Estrutura e Processo nas Sociedades Modernas
- 1961- Teorias da Sociedade – com Edward Shils, Kaspar D. Naegele e Jesse R. Pitts
- 1966- Sociedades: Perspectivas Evolucionárias e Comparativas
- 1968 – Teoria Sociológica e Sociedade Moderna
- 1969 – Política e Estrutura Social
- 1973 – A Universidade Americana – com G. Platt
- 1977- Sistemas Sociais e a Evolução da Teoria da Ação
- 1978 – Teoria da Ação e a Condição Humana
Educação
Parsons foi extremamente influenciado pela linha de pensamento de Weber e grande divulgador da obra de Durkheim, na qual o filósofo também buscou o entendimento da ação social.
Entretanto, diferente do pensamento de Durkheim, ele acreditava que a sociedade não era um organismo vivo e sim, um sistema, tal pensamento ficou conhecido como a “Teoria dos sistemas sociais”. Parsons dividiu ainda, os sistemas sociais em três principais sistemas, sendo que cada um possuía um estrutura própria. São eles:
- Cultural – é a base para os outros sistemas, compreendendo os símbolos, as normas e crenças, que segundo o autor, são os guias de conduta do individuo;
- Personalidade – é o que mobiliza o indivíduo para que se atenda às suas carências, sejam elas de caráter biológico ou social.
- Social – é quando os indivíduos impulsionados por uma situação ou ambiente, interagem entre si, motivados por uma necessidade de obter o máximo de recompensas e, compartilharos elementos do sistema cultural.
Nesse sentido, o autor aponta como fator fundamental do sistema social, que os indivíduos que nele ingressam, assimilem e internalizem os valores e as normas que regem seu funcionamento, sendo este o papel da educação para o funcionamento do sistema.
Segundo Parsons, a educação pode ser entendida como socialização e, teria seu funcionamento ideal, quando houver harmonização entre os três tipos de sistema. Dessa forma, de acordo com o Professor e Doutor em Sociologia Alberto Noé,o processo de socialização se desenvolve através de mediações primarias, ou seja, são os próprios pais que iniciam o processo e a criança aceita as normas do sistema social, em troca do amor e carinho maternos. Assim, ainda de acordo com o professor, a criança não percebe que as necessidades do sistema social acabam se tornando as suas.
Desta maneira, para Parsons, a educação não seria um agente de mudanças e sim, um elemento fundamental para a conservação e funcionamento do sistema social e o indivíduo, seria apenas uma peça da estrutura desse sistema. Por esses motivos, que a teoria do filósofo não teve um bom aceitamento entre outros estudiosos, pois a grande maioria critica a rigidez do funcionalismo imposto por Parsons, principalmente no que tange as influências sobre a construção da identidade do ser humano.
FIM
Esse foi mais um post da nossa série sobre filósofos modernos e sua relação com a Educação. Curioso para saber mais? Veja os artigos anteriores e não deixe de acompanhar os próximos, combinado?