Hoje vamos falar sobre a realidade dos surdos e deficientes auditivos, assim como sugerir dicas de como incluir eles no processo de ensino e aprendizagem.
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Surdos e Deficientes Auditivos
Um dos grandes problemas enfrentados pelos surdos e deficientes auditivos no dia a dia é a dificuldade que as outras pessoas têm em lidar com a situação. Isso acontece principalmente porque a população não é ensinada a conviver com as deficiências, o que contribui para o desconforto e até a exclusão desse grupo.

Mesmo os pontos mais simples são confusos, como os conceitos e a forma ideal de chamar quem tem deficiência. No caso da perda auditiva, a maior dúvida é sobre a diferença entre surdos e deficientes auditivos.
Então vamos debater ponto a ponto para sabermos a diferença entre as tais designações.
A deficiência auditiva refere-se a pessoas que ainda têm alguma audição útil e podem entender a linguagem falada em algumas situações, com ou sem amplificação. A maioria das pessoas deficientes auditivas podem usar o telefone e usar aparelhos auditivos. Os surdos, por outro lado, têm pouca ou nenhuma audição. Eles podem usar linguagem de sinais de leitura e fala, e um aparelho auditivo pode ajudar a tornar o discurso compreensível. A maioria das pessoas surdas perdeu a audição antes de aprender a língua falada, e elas veem a perda auditiva não como uma condição médica que precisa ser corrigida, mas como uma distinção cultural.
As pessoas que são “surdas tardias” são aquelas que perderam a totalidade ou a maior parte da audição durante ou depois da adolescência. A maioria precisa de linguagem de sinais ou leitura de fala para entender a conversa e não pode usar o telefone. Em muitos casos, os médicos não conseguem determinar o que causa a surdez mais tarde, mas algumas causas comuns incluem: exposição a ruídos altos, envelhecimento, meningite, acidentes / traumas, vírus, doença de Meniere e tumores do nervo acústico. Se você tiver uma queda repentina da audição, tontura inesperada, drenagem do ouvido ou dor significativa no ouvido ou na cabeça, entre em contato com o seu médico.
A surdez adquirida é uma perda traumática, especialmente para pessoas que perdem a audição de repente. As pessoas que nascem surdas nunca sentem essa sensação avassaladora de perda, porque nunca experimentaram ouvir. Mas para os adultos que se tornam surdos, a sensação de perda pode ser devastadora. Eles podem passar por um processo de luto que dura meses ou até anos. Essa perda também atinge pessoas que experimentam gradualmente a perda auditiva.
Pessoas surdas e com deficiência auditiva frequentemente relatam um sentimento de isolamento e solidão. Mas a surdez não significa que sua vida recreativa ou social tenha que parar. Você ainda pode fazer muitas das mesmas coisas que costumava fazer, apenas terá de fazê-las de forma diferente.

Existem algumas preocupações especiais para os idosos. A incidência de perda auditiva aumenta dramaticamente com a idade. Um terço de todas as pessoas com mais de 60 anos e 50% das pessoas com mais de 80 anos têm algum tipo de perda auditiva. A deficiência auditiva em idosos pode afetar seriamente sua segurança, qualidade de vida e capacidade de viver de forma independente. Alguns idosos não se sentem confortáveis com as novas tecnologias, como dispositivos de escuta assistida ou TV com legendas fechadas. Os pequenos controles nos aparelhos auditivos podem ser difíceis de usar. Os idosos podem ficar preocupados com a possibilidade de permanecerem em casa e podem não estar cientes dos dispositivos de alerta de segurança e de outras tecnologias assistidas.
Conheça mais sobre como incluir surdos e sonoros no ensino.
surdos e deficientes auditivos – Cultura dos Surdos
A cultura de surdos e deficientes auditivos é o conjunto de crenças sociais, comportamentos, arte, tradições literárias, história, valores e instituições compartilhadas de comunidades que são influenciadas pela surdez e que usam as línguas de sinais como principal meio de comunicação.

Os membros da comunidade surdos e deficientes auditivos tendem a ver a surdez como uma diferença na experiência humana, e não como uma deficiência ou doença. Muitos membros dos surdos e deficientes auditivos se orgulham de sua identidade surda. Pessoas surdos e deficientes auditivos, no sentido de uma comunidade ou cultura, podem então ser vistas como um grupo minoritário e, portanto, algumas pessoas que fazem parte dessa comunidade podem se sentir incompreendidas por aqueles que não conhecem a língua de sinais.
Outra luta que a comunidade surdos e deficientes auditivos muitas vezes enfrenta é que as instituições educacionais geralmente consistem principalmente em ouvir pessoas. Além disso, os membros da família pode precisar aprender a língua de sinais para que a pessoa surda se sinta incluída e apoiada, vale lembrar que ao contrário de algumas outras culturas, uma pessoa surda pode se juntar à comunidade mais tarde, em vez de precisar nascer nela.
Uma das maneiras pelas quais os surdos e deficientes auditivos se distinguem como cultura é capitalizando a palavra Surdo e trabalhando para mudar a atitude dominante da País.
Na verdade, alguns defensores chegam a falar sobre “ganho surdo”, que é uma vantagem de comunicação para aqueles que precisam usar poutros meios além da linguagem verbal. A ideia é que os surdos têm uma conexão mais significativa e intencional porque não conseguem ouvir.
As trocas relativas ao traço de sonoridade podem ocorrer na fala, escrita e são frequentemente encontradas na clínica fonoaudiológica. Saiba mais no curso como trabalhar com surdos e sonoros.
surdos e deficientes auditivos – Exclusão de surdos no Brasil
Apesar da legislação do nosso país prever a garantia de acessibilidade de pessoas com deficiência, a maioria dos estabelecimentos de ensino oficiais ainda não aderiram as condições de inclusão para os alunos surdos, bem como muitos profissionais envolvidos no processo de desenvolvimento dessas pessoas, sejam professores, coordenadores, diretores e também pessoas da comunidade e suas famílias.

O papel da família é de suma importância para adaptação do surdo no meio social, visto que o apoio dado pela família propicia o autoconhecimento de seus talentos, qualidades e até mesmo suas características.
No entanto, a exclusão social ocorrida em sala de aula para com os surdos e sonoros pode ser acometida pela má formação de professores que denota o caos que está impregnado e instaurado na educação inclusiva.
Independentemente do que diz o Decreto número 5.626 de 22 de dezembro de 2005, o que ocorre na maioria das vezes é o surdo ser deixado de lado, fazendo uma pintura sem nenhum cunho pedagógico, enquanto os demais discentes estão inseridos no processo de aprendizagem.
Vale lembrar que esse processo de exclusão começa, em sua maioria, na família quando a mesma não consegue obter uma comunicação satisfatória com o filho surdo, a partir daí surge um sentimento de incapacidade e gera frustração a ambos.
Existem diversos estudos de inclusão de surdos e deficientes auditivos na educação, conheça o curso que explica esse trabalho de inserção do surdo e como aplicar exercícios que possam ajudá-los.
surdos e deficientes auditivos – Libras nas Escolas
O art. 22 do decreto n° 5.626 de 22 dezembro de 2005 prevê que: “As instituição do ensino responsáveis pela educação básica devem garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva”.

Essa inclusão referida pelo decreto, inclui a inserção da Libras (Língua Brasileira de Sinais) ao processo de ensino-aprendizagem, e para que isso ocorra é necessário a formação dos docentes e a inclusão de um intérprete à sala de aula.
Além disso, em 1988 o artigo 208 da Constituição Federal trouxe em seu Inciso III, que o atendimento educacional especializado deve se dar preferencialmente na rede regular de ensino, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96) estabelece que os sistemas de ensino devem assegurar professores especializados e capacitados para atuar com qualquer pessoa especial na sala de aula.
Logo a aquisição da linguagem por crianças surdas deve acontecer por meio de uma língua visual-espacial e como foi dito, no Brasil é por meio da Libras para garantir o acesso a todos os conteúdos escolares na própria língua da criança, porque a língua da escola para os alunos precisaria ser desde o princípio, uma linguagem visual-espacial que faça incluir estes alunos.
A primeira exigência para ensinar a Libras, é que o professor domine a língua de sinais e a Língua Portuguesa, o objetivo principal não é apenas traduzir, mas buscar, com os profissionais da educação meios diferenciados de ensino, para que o aluno surdo possa ser inserido de maneira igualitária aos demais alunos em uma aprendizagem elaborada, pensada e eficiente.

Por diversas vezes eu quis aprender Libras, mas a preocupação em inserir a língua de sinais acabam me afastando desse objetivo, conheça mais.
surdos e deficientes auditivos – Dificuldade de Professores e Pais
As dificuldades em lidas com crianças surdas são diferentes em cada âmbito, quando a criança surdos e deficientes auditivos é nascida em lares surdos não é tratada como um problema a ser “consertado”, ela simplesmente é vista como um acontecimento alegre, como o é todo nascimento de uma criança.
De certo não há por que estigmatizar a criança ou a surdez nem encarar a deficiência como um problema, no entanto esse desejo pela perfeição é um dos fatores que mais contribuem para o atraso da aquisição da linguagem pela criança surda e, consequentemente, pelos diversos problemas familiares, que, em geral, decorrem dessa dificuldade, a escolha de tratamentos e as dificuldades no processo de educação dessa criança.

Fato é que nas famílias ouvintes, durante a gravidez, desejam que o filho esperado seja o mais bonito, perfeito, inteligente e dentro da concepção de “perfeito” entende-se sem nenhum problema (físico ou sensorial), quando se deparam com o diagnóstico da surdez, existe a esperança de torná-lo normal, retornar a perfeição desejada procurando então curar a surdez do filho.
Dessa forma, os pais ficam estarrecidos, deprimidos e sentem culpa por deles ter nascido um filho dito não normal, há no filho a visão de um sonho com defeito e ficam frustrados. Por isso se alimentam de esperança de uma possível cura, o que normalmente, não acontece.
Em algumas escolas, os alunos com deficiência auditiva são educados em um ambiente especializado com outros alunos com deficiência auditiva ou com outros alunos que tenham dificuldades ou deficiências não relacionadas. Em outras escolas, os alunos com deficiência auditiva são integrados em salas de aula com alunos que possuem habilidades auditivas normais. Os professores podem ou não ser especialmente treinados para ensinar alunos com deficiência auditiva.

Para os alunos surdos, a comunicação é um desafio diário. Aprender uma língua adicional, especialmente em um país estrangeiro, é mais difícil para os alunos que não têm uma base forte em sua primeira língua.
Este é frequentemente o caso de alunos deficientes auditivos que dependem principalmente (ou inteiramente) do processamento visual para aprender. Alguns alunos com deficiência auditiva usam leitura labial e / ou linguagem gestual ou ortográfica para comunicação, além de impressão e recursos visuais.
Tentar aprender um novo idioma, por exemplo (que às vezes é comparado com os desafios de ter perda auditiva) é desgastante para aqueles que sofrem de deficiência auditiva. Alunos deficientes auditivos de ensino também podem ser estressantes e cansativos. Os professores precisam adaptar suas expectativas e procurar ajuda de especialistas e outros alunos. Saber o que esperar pode reduzir parte do estresse.
Quando se tem um filho ou um aluno com deficiência auditiva ou até mesmo surdez é preciso saber lidar, veja como.
Espero que tenha gostado da desse artigo e que tenha sido útil até a proxima!