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Lidando com Alunos e Filhos Agitados – Minhas Atividades!

Talvez você que me acompanha nas redes sociais já saiba, mas nos últimos dois anos eu estive envolvido na educação de crianças e adolescentes do ensino fundamental II, que diferem bastante da tradição de artigos que escrevo para revistas e jornais sobre concursos, tradução e academia científica. Neste período presenciei muita coisa que pretendo discutir de perto com vocês aqui no demonstre, em especial no que se dá o trato com estes alunos e na maneira como a escola antiga ainda atrapalha a formação destes em sala.

Hoje o debate se dá sobre os alunos mais agitados, que registram déficit de atenção e que são vistos como alunos problemáticos e as vezes até perdidos, quando na verdade um pouco mais de atenção e conhecimento da escola e da família podem facilitar a vida deles e gerar grandes avanços.

​Segundo o IPDA, estima-se que 5% das crianças sofrem de TDAH, segundo a ABD 7% sofrem de dislexia, e segundo a OMS outros 12% possuem algum problema psicológico de ansiedade ou depressão. Esses problemas os fazem ter comportamento agitado e nervoso em sala de aula que dificultam o foco e continuidade nos exercícios e atividades. Se formos somar de maneira linear, temos 24% da comunidade de alunos fora dos padrões ditos “normais”, o que significa que pelo menos um quarto do alunado em escolas públicas e particulares necessita de um olhar e atendimento diferenciado neles, e outros três quartos necessitam de um olhar diferenciado para conviver e aprender com os demais.

É claro que existem diversas razões para que a população não saiba lidar de maneira apropriada com estes meninos, em especial o desconhecimento por falta de diagnóstico, de campanhas sociais e capacitação docente e familiar.

Nossas escolas em geral estão fechadas, as aulas são ‘cultivadas’ a quatro paredes e em salas superlotadas, sem acompanhamento psicológico, médico e pedagógico dos estudantes e equipe. Isso tudo faz com que a escola não auxilie e nem acompanhe de fato seu filho, e te coloca – professor, pai e qualquer cidadão que se importe – em uma situação de andorinha que faz verão, tendo que buscar medidas singulares para uma melhor educação, sendo a melhor delas o ato de ocupar esses jovens em atividades instigantes e que mantenham sua produtividade ao longo do dia.

Falo isso porque na medida que mantemos essas crianças atarefadas em atividades físicas e mentais, nós alavancamos suas potencialidades e distribuímos melhor sua energia ao longo do dia. Mas escolher atividades extra escola pode ser um desafio na medida que temos que agradar os pequenos e garantir a eficiência do aprendizado.

​Acho que o primeiro passo para escolher uma atividade extra está em entender o problema do seu filho e como isso afeta ele. Quais são seus interesses? Ele é uma pessoa competitiva ou encontra dificuldades em trabalhar em equipe? Como ele lida com os problemas do dia a dia? Consegue externar ou é mais introspectivo? É ideal que consigamos avaliar esse aluno e procurar atividades que se encaixem no seu perfil, na medida que também os engajem a melhorar essas deficiências.

Acredito que exercícios físicos sejam a primeira etapa, e eles são sempre proveitosos, principalmente quando tratamos de crianças com hiperatividade, e em geral todo o município oferece uma escolinha de futebol pelo menos. Eles são ótimos para estimular habilidades sociais de cooperação e disciplina, além de é claro estimular a lógica, coordenação motora e se encarregar dessa energia toda.

O mais legal dos esportes e de sua ampla variedade de modalidades é que eles funcionam para todo o tipo de personalidade. Tanto os mais sociais vão gostar dos esportes em time, como os mais tímidos e avessos vão avançar em esportes que dependam mais deles, como natação e ginástica. Outra pedida bacana são as artes marciais, que cada vez mais são reconhecidas por toda filosofia em volta, que auxilia seus praticantes a terem mais paciência e autocontrole na medida que aprendem a se defender.

Claro que existem outras alternativas, afinal algumas crianças realmente não se dão com esportes…. Talvez sugerir e engaja-las nas artes como o teatro ou dança ou música ou artesanato. Essas habilidades diferenciam eles em suas ações sociais, trabalham repetição, instrumentalizam eles e acima de tudo são criativas, fazendo com que seus integrantes desde cedo busquem soluções práticas para os problemas do dia a dia.

Como professor de língua inglesa, não posso deixar de sugerir cursos de língua estrangeira, que especializados em crianças e adolescentes também ajudam a ocupar a mente deles, e como seu foco está na interação e debate de temas do cotidiano, o aluno tende a se interessar nos jogos e brincadeiras comuns a qualquer faixa etária, onde são sempre trabalhadas as 4 habilidades comuns do ensino de língua estrangeira: Listening, Reading,  Writting and Speaking.

Outra coisa muito legal são as comunidades comunitárias e/ou religiosas, que com seus grupos de jovens tentam modificar a sua comunidade sempre pelo exemplo e com ensinamentos valiosos. Lembro que os escoteiros ajudaram bastante o meu irmão, que desde cedo conseguia ver a importância da natureza e participava de gincanas e acampamentos que recorrentemente recuperavam seus conhecimentos enciclopédicos.

Para os mais velhos, já que ainda não existe no Brasil uma cultura de cursos no estilo para crianças, cursos como o pré-vestibular, oficinas de escrita, jornalismo, empreendedorismo e filosofia e cozinha também são interessantes. Isso porque, por serem cursos diferenciados da rotina maçante que o estudante costuma socializar na escola tradicional, os conteúdos são postos de maneira mais curiosa e os mais agitados tendem a se destacar.

Claro que toda a atividade é válida, mas é claro que para serem benéficas é necessário o constante monitoramento das atividades, sempre incentivando o baby a manter as atividades e ponderando a possibilidade de mudar o curso ou projeto, afinal é importante que seja qual for a atividade haja um reforço da autoestima do adolescente.

Uma boa ideia é apresentar para o professor, escola e projeto uma lista de sugestões que podem auxiliar no trato com esse aluno, assim como constantemente dialogar sobre o que está acontecendo, não focando apenas nos resultados, mas também no processo.
Apesar de ser um grande fã de jogos de computadores videogames e defender seu uso na educação, sinceramente levanto a bandeira da atenção quando tratamos de crianças que já possuam deficiências de aprendizagem e interação social. Como estas crianças são muito intensas e as vezes possuem maior dificuldade em distinguir mensagens positivas de negativas, eles podem tanto viciar, como acabar solidificando mensagens bem negativas. Sendo assim, a melhor forma de tratar os jogos é como lazer, buscando games apropriados, mas limitando a intensidade, já que nosso objetivo é utilizar os desafios que eles proporcionam sem torna-los degenerativos.

Com o que apresentei até o momento, acredito que você já tenha observado várias possibilidades para o incremento do seu filho. No entanto, é claro que não devemos desistir da escola tradicional. Uma busca direta e incessante de mecanismos por parte da administração, assim como do corpo docente para dar a atenção de direito desses jovens, é o caminho do futuro, já que a escola é o espaço de maior convivência e não pode, nunca, ser repressor e ineficiente no trato desses jovens.
Obrigado por ler até aqui, não considere essas informações úteis apenas para um filho necessariamente com TDAH, dislexia ou qualquer outro problema diagnosticado. Quanto mais atividades, mais projetos e mais aventuras, mais são as experiências e por tanto maior o amadurecimento do indivíduo, além de é claro afastar eles dos perigos do tempo ocioso, como as drogas e a depressão. Farei outros artigos no estilo, se você gostou assine nossa newsletter e acompanhe nossas aventuras aqui no Demonstre. Abraço!

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