Hoje vou falar sobre o Bullying no EJA, experiência que adquiri nos últimos anos ao dar aula em turmas do EJA e no Noturno Diferenciado. Espero que goste!
Atividades
Bullying no EJA – Bullying em turmas com alta variação de idade
Eu acho tão bacana o conceito de que escolarização não tem idade! Para aprender, não é exigência ser criança ou adolescente. Nosso cérebro é plástico, se adapta a toda e qualquer condição, vive ávido por mais e mais conhecimentos.
A escola abriu suas portas para todos. A grande demanda traz pessoas de todos os níveis sociais, origens, experiências e…idades. Sim, hoje em dia temos sexagenários aprendendo a ler e escrever. São sonhos de vida concretizados através de uma ação simples da escola, mas altamente significativa para quem passa pela experiência.
Bullying na escola e em outros espaços
Entretanto, nem sempre as relações interpessoais nas salas acontecem de forma tranqüila. Um dos fantasmas que rodam as escolas e salas de aula, hoje em dia, é o bullyng.
Essa forma de comportamento agressivo se caracteriza pela repetição, ou seja, trata-se de atitudes violentas dirigidas a uma mesma vítima por diversas vezes e em diversas ocasiões. Pode acontecer dentro ou fora da escola.
Um outro diferencial é que o bullyng sempre é realizado com a intenção de causar dano, vergonha ou prejuízo a uma pessoa considerada mais frágil ou vulnerável.
Geralmente, essas práticas estão envolvidas com dificuldades de relacionamento, famílias desestruturadas, brigas e uso de substâncias que causam dependência, insegurança na comunidade e insatisfação com a vida.
Os chamados “valentões” – daí o nome bully, que em inglês tem esse significado – escolhem suas vítimas principalmente pelas peculiaridades do contexto: pessoas com traços depressivos, baixa auto estima, características físicas e sociais, raça, cor, idade…Qualquer elemento que possa ser utilizado pelo agressor é fator de violência.
O bullyng não gera somente o sentimento de vergonha e dor. As vitimas podem desenvolver problemas comportamentais e emocionais, prejudicando não só a vida escolar mas a vida como um todo. São resultados recorrentes o estresse, a ansiedade, a diminuição e perda da autoestima, o sentimento de invalidação, podendo inclusive levar ao suicídio.
Podem ocorrer quatro tipos de bullyng:
– Verbal: as agressões são faladas. Há gritos, xingamentos, ofensas;
– Físico: bater, tropeçar, empurrar, puxar, machucar;
– Relacional: exclusão do grupo, rejeição deliberada da pessoa para conversas, formação de grupos, realização de atividades;
– Cyberbullyng: ocorre pelos meios virtuais e redes sociais.
Em nível escolar, o bullyng acarreta não só a queda do rendimento escolar, mas também a necessidade de fuga resultando nas evasões, brigas, agressividades e até mesmo a banalização da violência.
Bullying em turmas com alta variação de idade
Imagine a seguinte situação: durante toda a vida José sempre quis estudar. Somente na aposentadoria, aos sessenta anos, conseguiu se matricular na escola. As aulas são noturnas, mas tudo bem. A vontade é maior que as dificuldades.
Porém, na mesma sala estuda Maria. Ela é uma garota de 22 anos, está com toda a energia. Ela não vê com bons olhos a demora de José para realizar as atividades e nem gosta de ajudá-lo. Vive apelidando-o de velho, lento, dentre outros nomes pejorativos e ofensivos. Diz sempre que tem desprezo por pessoas idosas, questiona o porquê de José ainda querer estudar naquela idade. Evita que ele participe das atividades no seu grupo de estudos e dificulta o acesso dele a informações sobre tarefas, provas e conteúdos sempre que ele falta à aula.
O que sente José dentro da sala de aula e também fora dela? Invalidação, vergonha, medo, dor, desânimo. Sua história se torna menos que nada perto dessa “valentona”, que se coloca como superior aproveitando-se da situação vulnerável da vítima.
Por isso é preciso ter atenção especial também em turmas com alta variação de idade. O bullyng não acontece somente com crianças e adolescentes, mas também com adultos. Infelizmente, esse lado sombrio faz parte da alma de pessoas que ainda precisam muito crescer.
Os professores tem papel fundamental nesse processo. É através do trabalho diário em sala de aula que a conscientização sobre o bullyng acontece. Propor trabalhos coletivos, atividades colaborativas, contação de histórias de vida, leituras direcionadas e estudos de caso, tudo isso faz parte de atividades que poderão beneficiar não somente o cotidiano escolar, mas a formação moral do aluno.
Bullyng não é questão somente de dentro da escola. Vemos pessoas todos os dias praticando esse tipo de violência no supermercado, no hospital, na rua, no clube, até mesmo dentro de casa! E mais do que a violência física, esse tipo de violência emocional deixa marcas profundas.
Infelizmente, nem todos pensam como nós. Nem todos enxergam com bons olhos pessoas diferentes, turmas heterogêneas. Gente assim precisa de ajuda. Por isso, a educação pode ter papel transformador. Sejamos a transformação na vida dessas pessoas, mostremos a elas que é através da diferença que se aprende mais.
Vídeo sobre Bullying no EJA
O Bullying é um problema antigo e que apesar de ser colocado como pauta de discussão ainda é um tabu, principalmente no ambiente escolar. Por esse motivo, a discussão e a ação, antes de tudo devem está sempre viva no ambiente escolar!
Abaixo, o vídeo do professor Felipo Bellini falando sobre Bullying no EJA:
Quem é Felipo Bellini?
FELIPO BELLINI, é professor e tradutor de inglês formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e pela Universidade de Cambridge. O professor Felipo Bellini possui mais de 10 anos de ensino em instituições de ensino básico e de ensino superior público e privado. Também criou o cursinho preparatório para a entrada em Instituições de ensino Federal, os IFs, o cursinho Garra, que obteve grandes resultados de aprovação. Além é claro de autor deste blog que vos fala, o Demonstre. Um empreendedor social que sempre busca a melhoria e a busca de inovações na área de educação.
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Youtube do professor Felipo Bellini: https://bit.ly/2Oq3aPL