Quando falamos de jogos coletivos, é normal pensar automaticamente em atividades competitivas. Porém, é importante também desenvolver a noção de coletividade das crianças com brincadeiras cooperativas, cujo foco está em ajudar o próximo, e não competir. Sidnei Batista, professor especialista em Eneagrama e Jogos Cooperativos, afirma que a estrutura e a necessidade de cooperar com o grupo para vencer os desafios são as maiores características dos jogos cooperativos.
Por mais que brincadeiras não competitivas existam desde sempre, Sidnei explica que o conceito dos jogos cooperativos foram criados a partir dos movimentos de cultura de paz surgidos em diferentes países após a 2ª Guerra Mundial.
Mesmo que brincadeiras competitivas possuam pontos importantes, essa abordagem pode causar exclusão de crianças vistas como menos habilidosas em determinados jogos. Enquanto isso, Sidnei afirma que brincadeiras cooperativas auxiliam no desenvolvimento não apenas físico e mental, mas também social e emocional.
Para Sidnei, brincadeiras cooperativas ainda auxiliam na descoberta de novas habilidades das crianças. Ao somar esforços, a consequência é a maior integração entre os participantes, eliminando a exclusão na medida em que todos têm alguma competência que pode servir ao coletivo de jogadores.
Para quem acredita que a diversão do jogo está na competição, Sidnei avisa: “a graça do jogo está nos desafios que o mesmo apresenta, não na competição em si”. Confira cinco ideias de jogos cooperativos para crianças para promover a diversão em grupo!
Atividades
1 – Passar o bambolê
A brincadeira cooperativa de passar o bambolê tem um conceito simples, mas será um desafio engraçado e divertido para as crianças. As crianças devem formar um círculo dando as mãos, com um bambolê entre dois alunos.

O desafio é passar o bambolê pelo corpo sem largar a mão do parceiro. Depois que as crianças estiverem mais acostumadas, procure colocar outro bambolê para dificultar.
Essa brincadeira pode ser desenvolvida desde que tenha crianças o suficiente para formar uma roda e um espaço em que todas caibam, seja interno ou externo. Além de ensinar a trabalhar em grupo, a atividade ajuda a desenvolver a coordenação motora grossa, velocidade e concentração.
2 – Pega-pega de serpente
Todo mundo conhece pega-pega, não é mesmo? Conhecida também como pique e outros nomes, existe uma variação cooperativa do jogo que a maioria das crianças já brincou.

A brincadeira começa igual a versão clássica: um pegador persegue outros participantes. Quando o pegador tocar na primeira criança, elas dão as mão e perseguem os outros juntos. Cada pessoa pega entra na serpente pegadora, até que todos estejam na corrente.
O jogo fica mais difícil conforme a serpente cresce, então é ideal que pelo menos 8 crianças participem. A brincadeira estimula o desenvolvimento da coordenação motora, cooperação com colegas, velocidade e condicionamento físico.
3 – Telefone sem fio
Brincadeira clássica, o telefone sem fio é simples, divertido e cooperativo. As crianças devem se sentar em um círculo ou fila, sendo que uma criança precisa começar a brincadeira falando uma frase no ouvido do colega que está mais próximo. Cada criança deve repetir o que entendeu para a próxima, até que a última diga a frase que ouviu em voz alta.
Dificilmente a frase chegará intacta até o final, mas a diversão não diminui por conta disso. Recomendado para crianças com mais de quatro anos, o jogo fica mais divertido com mais de cinco participantes e pode ser realizado em qualquer espaço. O telefone sem fio estimula atenção, criatividade, memória e a linguagem dos pequenos.
4 – Nó humano
Você pode organizar a brincadeira de nó humano com um grupo a partir de sete pessoas. Peça para que as crianças formem um círculo dando as mãos, e memorizem quem está ao seu lado direito e esquerdo.
Depois disso, as crianças devem soltar as mãos, fechar os olhos e caminhar livremente pela sala. Ao abrir os olhos, peça para que, sem sair do lugar, eles deem as mãos para quem estava a direita e a esquerda. Agora, o objetivo da criançada é transformar o amontoado de braços novamente em um círculo, trabalhando em equipe.
Além de ser uma grande diversão, essa brincadeira cooperativa ajuda no desenvolvimento da noção de espaço, cooperação e coordenação motora. Caso o jogo esteja muito difícil, interfira para facilitar um pouco.
5 – Contação de história coletiva
Está chovendo e não dá para brincar lá fora? Essa é uma divertida atividade cooperativa para entreter crianças dentro de casa sem recorrer a telas e eletrônicos.
Organize uma roda e sente junto dela. A contação de história coletiva é simples: comece uma história e a criança ao lado deve continuá-la. Procure interferir o menos possível, deixando a criançada imaginar a vontade. Por exemplo, você pode começar apenas falando “era uma vez, um menino que…”.
Além de tirar o tédio, essa brincadeira cooperativa ajuda no aprendizado do senso de coletividade, raciocínio e imaginação.
Com todas essas ideias, que tal apostar nos jogos cooperativos? Ensine as crianças a importância de trabalhar em equipe!