No post de Hoje trouxemos um pouco do folclore brasileiro pro blog, as mais populares lendas do folclore brasileiro.
Podemos definir o Folclore como uma mistura de lendas e mitos que passam de geração para geração por meio da oralidade. As lendas na maioria das vezes se tornam por fofocas mal contadas ou pela imaginação das pessoas. Mas muitas são estórias, que são criadas para passar mensagens importantes, ou até mesmo só para assustar as pessoas.
As lendas do folclore brasileiro têm uma diversidade de personagens incríveis e muitas vezes assustadores. Confira logo a baixo as 10 mais populares lendas do folclore brasileiro.
Atividades
Folclore brasileiro – Saci
Nome de origem tupi-guarani, o Saci-pererê é uma das lendas brasileiras mais conhecidas. É representada por um menino negro que possui uma perna só. Além disso, fuma cachimbo e usa uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos. Muito brincalhão e travesso, o Saci surge como um redemoinho e gosta de assustar pessoas.
Video sobre o Saci-pererê
Vídeo da série “Juro que vi” | Saci | Folclore Brasileiro.
Poema sobre o Saci-Pererê
Nosso primeiro poema é da escritora Cleonice Rainho. Neste poema ela fala sobre o Menino de uma perna só, o Saci Pererê.
Bonequinho preto de uma perna só, cachimbo na boca e gorro vermelho — fogo vivo de suas magias.Original e engraçadinho podia ser de qualquer cor ou de qualquer raça, esse negrinho, pois já virou até passarinho…Molequinho esperto levado, faz artes como Pedro Malazartes e pelas estradas aos viajantes persegue — traidor como quê esse Saci-Pererê.Mas no nosso carro, ele dança e pula com um pé só, sem ouvir vovó que conta sua lenda e diz: — Pra nós é um mascote, símbolo de sorte
dessa viagem feliz.
Cleonice Rainho

Personagem travesso do folclore brasileiro, o Curupira é uma representação de um menino com cabelos vermelhos e pés virados para trás. A origem do nome é tupi-guarani e significa “corpo de menino”. Protetor da fauna e da flora, o Curupira assobia e deixa pegadas com seus pés virados. O objetivo é disto é enganar os exploradores e destruidores da natureza.
Vídeo da série “Juro que vi” | O Curupira | Folclore Brasileiro.
O poema “O Curupira” é uma obra do autor Elias José (1936-2008). Esta fala sobre o Cuidador das matas, temido pelos caçadores e pessoas que querem fazer mal à floresta e os animais.
O Curupira
Seu Curupira, dono da mata,
como é, como é você?
Quem já viu o Curupira
cai sempre em contradição:
uns falam que ele é gigante,
outros, que é um curumim
e outros, que é um anão.
Uns falam que ele se mostra,
outros dizem que se escondem
bem dentro do breu da noite.
Mas ninguém duvida, jamais,
que o Curupira protege
as matas e as florestas
e é o senhor dos animais.
E o Curupira, se vê um caçador,
vira mágico e vira a mata.
Dá sinais, engana e pia,
assobia e espanta as aves
e espanta os outros animais.
E assim ele desvia a morte
e desvia dos caminhos o caçador.
Se o caçador não se retira,
vira fera o Curupira,
Os pêlos soltam-se do corpo,
monta num porco-espinho
e, com ira, o Curupira se atira
pra cima do caçador.
Na mata, o caçador já não mata:
chegou seu dia de caça,
vira caça do Curupira.
E o Curupira, se vê um lenhador,
brinca de esconde-esconde.
Só pra defender a floresta,
nos troncos ele se esconde.
O corpo se encolhe pra dentro,
a queixada e as imensas orelhas
se balançam com febre pra fora.
Nervosos, os galhos de agitam
e os pêlos do Curupira se arrepiam
e soltam mil choques e luzes.
O lenhador quase pira:
pega o machado, dá no pira,
sem ver que era o Curupira.
E o Curupira só ternura inspira
aos habitantes da mata.
Mas quem mata ou destrói a mata
vai ter que enfrentar a ira
do valente Curupira.
Seu Curupira, dono da mata,
como é, como é você?
Elias José

A Mula sem cabeça e um monstro do folclore brasileiro que se manifesta quando uma mulher namora um padre. Por maldição ela é transformada em mula.
Esta personagem é uma das pessoas que vivem em um lugar onde se encontram. No entanto, há muitas versões que variam de região para região do Brasil.
Vídeo lendas brasileiras Turma da Mônica – A Mula sem Cabeça – Folclore brasileiro.
Em seguida temos um Cordel de autoria da potiguara Sírlia Souza de Lima, escritora professora e autora do livro Contos Encantados Em Cordel. Este sobre a Temida Mula sem cabeça.
A mula sem cabeça
Desde o século XII Os padres tem uma rotina De celebrar as missas Usando sua batina Mas não pode se casar
A igreja determina
Depois de muito pensar Um padre do interior Resolveu largar a igreja Ir atrás do seu amor Ao encontrar a sua amada
A mãe da moça sentiu pavor
A mãe da moça falou Filha eu estou desesperada Se você casar com um padre Você será transformada Numa mula sem cabeça
Essa história tão falada
Ao casar com padre Uma mula vais virar Seja marrom ou preta Sei que é de assustar Ela não tem cabeça
Só tem fogo em seu lugar
Mesmo assim os namorados Resolveram se casar Não deram importância As crendices do lugar Na noite de quinta para sexta
Puderam constatar
A mulher se transformou Numa mula inclemente Correndo atrás do povo Do brilho da unha e do dente Se avistar uma mula
Saia de sua frente
A mãe da moça sabia Como quebrar o encanto Puxou os arreios da mula Puxando-os da boca pelo canto O feitiço se quebrou
E a moça chorou em pranto
O casal de namorados Conseguiu escapar Mas é bom tomar cuidado E não facilitar Ao invés de um padre
Arranje outro para casar
Nas histórias do povo Eu costumo acreditar Dizem que ainda existem Muitas mulas a rondar E padres montados nelas
Sem o encanto quebrar
Sírlia Lima

Esta lenda retrata um monstro violento com formas humanas e de lobo, que se alimenta de sangue. Acredita-se que quando uma mulher tem sete filhas e o oitavo filho é homem, esse último provavelmente será um Lobisomem. Em algumas versões, a lenda apresenta outras características, como a manifestação do Lobisomem em crianças não batizadas. A transformação do homem em Lobisomem ocorre nas encruzilhadas em noites de lua cheia por volta da meia-noite. Ao amanhecer, ele torna-se novamente humano.
Vídeo lendas brasileiras Turma da Mônica – Lobisomem – Folclore brasileiro.
O poema de Antônio Cicero da Silva escritor paulistano, fala de um possível encontro com o Lobisomem, uma dos mais temidos personagens do folclore brasileiro.
Encontro com lobisomem
Dizem que lobisomem É meio bicho e meio homem Que nas noites de lua cheia
A tudo que encontra consome.
É folclore no Brasil Mas alguém fala existir É monstro feio cabeludo
Ao falar dele todos param de rir.
O lobisomem rasga os cachorros Por onde passa deixa o rastro É sanguinário é bestial
Maltrata os animais no pasto.
Encontrei com um lobisomem Quando ia namorar A noiva morava no sítio
Nem gosto disso lembrar.
Ele olhou para mim Com aqueles olhos terríveis Olhos grandes e rasgados
Janelas pro invisível.
Enfrentei o lobisomem Ora parecia bicho, ora parecia homem Com urros terríveis
O medo quase me consome.
Quase vim a desmaiar Quando veio me pegar Parecia do além
Situação difícil para alguém.
Criei força e coragem Ferveu nas veias o sangue nordestino Aquilo para mim era visagem
Morrer ali seria meu destino?
Nada disso, chamei por Deus e Jesus O bicho me perseguia Era violento e terrível à vista
Momentos que para ninguém eu queria.
O monstro quase me abraçou Abraço temível sem amor Minha blusa com as unhas tirou
Quase minha pele devorou.
Acertei-o com um murro Era duro como pedra Quase quebrei a mão
Ao bater naquela fera.
Ao procurar sacar a arma O bicho não me dava chance Pulava pra cima de mim
Estava mais feio que antes.
Consegui ferir o bicho Que soltou um alto grito Na mata ele entrou, não sei o que ele era
E nunca mais voltou…
Antônio Cícero da Silva

Lendas do folclore – Boitatá
Na língua indígena Tupi-Guarani, Boitatá significa “cobra de fogo”. Esse personagem folclórico é representado por uma grande serpente de fogo que protege os animais e comanda as matas. Esta lenda muda de região para região. Alguns dizem que ao encontrar essa criatura você deve imediatamente fechar os olhos e tampar sua respiração, pois você pode morrer ou ficar louco.
Vídeo lendas brasileiras Turma da Mônica – Boitatá, A Serpente de Fogo – Folclore brasileiro.
O seguinte poema é de autoria de Eglin, um escritor brasileiro nascido em Ponta Grossa/Paraná. Neste, poema ele narra a lenda do Boitatá a serpente de fogo.
Lenda do Boitatá
Boitatá era uma espécie de cobra, De um grande dilúvio sobreviveu, Fugiu num buraco fazendo manobra,
E o olho dela bastante cresceu.
Pelos campos vive sempre a vagar, Assume as vezes forma de cobra, É facho de fogo em qualquer lugar,
Restos de animais ela busca a sobra.
Baê-tata chamados pelos índios, No nordeste “Cumadre Fulôzinha”, Coisa de fogo do fundos dos rios,
Ali ela reina quase sempre sozinha.
Fogo-fátuo é um fenômeno da ciência, Gases inflamáveis dos pântanos emanam, Lá vai a minha pequena advertência,
Tochas em movimento somente enganam.
Persegue todo noturno viajante , Ao ver o fogo saem correndo, O homem apavorado e bem ofegante,
Geralmente ao vê-la foge tremendo.
Dizem que é espírito de gente ruim Ou simplesmente uma alma penada, Por onde passa o fogo é assim,
Para muitos é apenas cobra criada.
Alguns dizem que as matas protege, Contra incêndios e qualquer queimada, Protetor dos campos a lenda o elege,
Pelo fogo ou medo numa só passada.
Serpente de fogo durante a noite. Mas de dia se torna muito cego, Para outro lado da mata é açoite,
Pobre daquele que por ela for pego.
Eglin

Reza a lenda que nas noites de Festas Juninas o boto, animal dos rios da Amazônia, saia dos rios e transformava-se num homem muito atraente. Seu objetivo é atrair e seduzir como mulheres para leva-las ao fundo dos rios e acasalar. Por este motivo, a cultura amazônica costuma afirmar que é o pai e filho de origem desconhecida.
Vídeo da série “Juro que vi” | O Boto | Folclore Brasileiro.
No cordel seguinte temos a lenda do peixe que vira homem, o Boto cor-de-rosa. Esse cordel foi feito pelo escritor Jerson Brito.
Morador muito querido Dos rios da Amazônia Animal bem conhecido Do Pará até Rondônia Parecido com golfinho Gracioso esse bichinho Beleza não se contesta Sobre o boto cor-de-rosa Tem uma lenda famosa
Nas entranhas da floresta
Em certas localidades À noite, das águas sai Durante as festividades Converter-se em homem vai Sujeito belo, elegante Criatura fascinante Com a branca vestimenta Visual irretocável Um terno alvo, impecável
Esse camarada ostenta
A transformação citada Contudo, não é perfeita A figura é adornada Um chapéu branco enfeita Usados pra respirar Precisa ele ocultar Da cabeça os orifícios Humano quase total Detalhes do animal
Ficaram como resquícios
Cavalheiro sedutor Depois da metamorfose Gentil e encantador Provoca certa hipnose Faz sucesso c’as mocinhas Sempre escolhe as bonitinhas Pra ficarem do seu lado Pra margem do rio ou praia Arrasta o “rabo de saia”
Seu intento é consumado
Em um clima de magia Os afagos não se nega O seu desejo sacia O casal é pura entrega Sem sequer dizer o nome Depois disso, ele some Sem voltar na redondeza Ocorre a fecundação Do fruto da gestação
Foi-se o pai, que malvadeza!
Esse folclore da gente Tem estórias cativantes Sobre esta, comumente Dizem vários habitantes Quando mulher engravida E sendo desconhecida “Autoria” masculina Esse aí, já fiques certa Deve ser, não foste esperta
“Filho do Boto”, menina!
Jerson Brito

Lendas do folclore brasileiro – Cuca
A lenda Folclórica da Cuca está associada a todas as vezes com o “bicho papão”. Ela é uma personagem muito temida por crianças, uma velha feia e malvada com cara de jacaré que raramente dorme. Assim, sua personagem está associada ao rapto de crianças desobedientes e não é para dormir. Por isso, uma cantiga de ninar diz: “Nana neném que a Cuca vem pegar”.
Vídeo A lenda da Cuca | Amina Souza
Em seguida temos uma música que foi criada por compositora Cássia Eller para personagem da Cuca na série de TV “Sítio do Pica-Pau amarelo”, transmitida pela TV Globo.
A Cuca te pega
Cuidado Com a Cuca
Que a Cuca te pega
E pega daqui
E pega de lá
A Cuca é malvada
E secura irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela
A Cuca é matreira
E sechal zangada
A Cuca é danada
Cuidado com ela
Cuidado com uma Cuca
Que a Cuca te pega
E pega daqui
E pega de lá
A Cuca é malvada
E secura irritada
A Cuca zangada
Cuidado com ela
Cuidado com uma Cuca
Que a Cuca te pega
A Cuca é danada
Ela vai te pegar.
Cássia Eller

Folclore Brasileiro – Negrinho do Pastoreio
Uma lenda do Negrinho do Pastoreio conta a história de um menino escravo que tinha um patrão maldoso. Quando foi pastorear os cavalos, acabou perdendo um cavalo. Após isso foi violentamente agredido pelo fazendeiro e jogado num formigueiro. Dizem que o Negrinho do pastoreio aparece sem marcas no corpo. Ele surge ao lado da Virgem Maria e montado no cavalo baio. Muitas vezes como pessoas que perderam algum objeto acendem uma vela e pedem para o Negrinho para ajudar.
Vídeo lendas brasileiras Turma da Mônica – Negrinho do Pastoreio – Folclore brasileiro.
Este poema é da autoria de Rosane Volpatto. Este texto é um tipo de “reza” para o Negrinho do pastoreio.
Acendo essa vela pra ti
E peço que me devolvas
A querência que eu perdi
Negrinho do Pastoreio
Traz a mim o meu rincão
Eu te acendo essa velinha
Nela está o meu coração
Quero rever o meu pago
Coloreado de pitanga
Quero ver a
gauchinha Um brincar na água da sanga
E a trotear pelas coxilhas
Respirando uma liberdade
Que eu perdi naquele dia em que
eu embretei na cidade “.
Rosane Volpato

Lendas do Folclore – Iara
Iara significa “Senhora das Águas”. Esta personagem é representada por uma sereia belíssima que atrai os pescadores com suas canções a fim de matá-los. Antes de ser uma sereia, Iara era uma índia bela e inteligente que despertava muita inveja, inclusive de seus irmãos. Assim, para acabarem com o problema, os irmãos resolvem matá-la. No entanto, é ela que os mata. Como uma punição, Iara é lançada no encontro do Rio Negro e Solimões e, a partir daí, torna-se uma sereia com o objetivo de matar os homens.
Vídeo da série “Juro que vi” | A lenda da Iara | Folclore Brasileiro.
Neste poema o escritor Jerson Brito, conta uma lenda da sereia dos rios que encanta os homens com seu canto, levando à morte.
Reza a lenda que Iara
Por sua beleza rara
Era estrela na ocara *
Uma índia encantadora
Por isso, recebedora
Dos elogios paternos
Mas ante os olhos fraternos
Da inveja atiçadora
Seus irmãos não suportavam
Aquilo que observaram
Sua morte planejavam
Até que seja chegado ao dia
À noite, quando dormia
Tentaram cumprir o plano
Mas aquilo para insano
Iara mui bem ouvia
Aguçada a audição
Essa movimentação
Percebeu, ea reação
Depois de escutar como vozes
Foi matar os seus algoritmos
Fazendo isso fugitivo
Pegá-the o pai conseguido
Punições eram ferozes
No encontro de rio famoso
Solimões, tão caudaloso
C’o Negro bem grandioso
Pelo pai pajé jogada
À tona depois levada
A garota da aldeia
Numa formosa sereia
Foi por peixes transformada
Uma figura estonteante
Cabelo longo, brilhante
Melodia cativante
Ela canta, irresistível
Não fascínio indescritível
Os homens semper deliram
E dentro do rio se atiram
Seduz de moda incrível
Eis a historia resumida
Da Mãe de Água conhecida
Pelos índios tão temida
Por causa do seu poder
Se chega o
entardecer Não passam perto de rios
Porque
sentem calafrios Têm medo de se envolver
Jerson Brito

Fim
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