Olá! Hoje iremos falar sobre quem foi Jean Piaget e abordar sobre sua importância para a psicologia do desenvolvimento. Boa leitura!
Atividades
Jean Piaget – (1896-1980)
Nascido em Neuchâtel, na Suiça, Piaget era um grande admirador do mundo natural, escrevendo seu primeiro artigo aos onze anos de idade. Devido ao seu interesse estar centrado na abordagem psicanalítica, Piaget seguiu para a França, onde desenvolveu teorias referentes a epistemologia genética.
Piaget dedicou-se também à área da Psicologia, cumprindo papel bastante importante para o desdobramento de teorias sobre o desenvolvimento cognitivo humano.
O que defendia Jean Piaget
Piaget tinha como principal foco o desenvolvimento natural das habilidades mentais no decorrer do tempo, indo contra o pensamento behaviorista, no qual atrelava-se o desenvolvimento infantil à fatores ambientais. Seu interesse era realizar pesquisas de caráter qualitativo, pois a ideia de padrões de testes que definiam a inteligência de maneira quantitativa não o agradava.
Defendia que os níveis de inteligência entre as crianças não deveriam ser comparados, pois enxergava a aprendizagem como um processo pessoal, defendendo ainda a necessidade da criança de receber estímulos para vivenciar e explorar o mundo por conta própria.
Estudar significa, para a maioria das pessoas, tentar fazer com que a criança se assemelhe ao adulto típico de sua sociedade.
Jean Piaget
De acordo com Piaget, a criança só consegue avançar para a fase seguinte quando conclui a fase em que está. Desse modo, o processo não pode ser de forma alguma apressado, mesmo que geralmente as crianças tendam a estar seguindo a mesma fase na mesma faixa etária, deve ser considerado que cada criança possui seus limites próprios para o seu desenvolvimento.
Os quatro estágios do desenvolvimento
Em meio às suas teorias, Piaget classificou o desenvolvimento em quatro estágios, sendo eles: estágio sensório-motor, estágio pré-operacional, estágio operacional concreto e desenvolvimento operacional formal.
Estágio sensório-motor (0 a 2 anos)
Este primeiro estágio está presente nos dois primeiros anos de vida da criança. Nele, o processo de aprendizagem das crianças se dá por meio da junção dos sentidos e de movimentações físicas, por isso o nome sensório-motor.
Neste estágio as crianças agem por reflexos e, com isso, passam a ter ações não intencionais, mas posteriormente conseguem começar a controlar os reflexos. É importante pontuar que, de acordo com Piaget, durante o estágio sensório-motor as crianças possuem um comportamento egocêntrico e, com isso, não conseguem enxergar o mundo através do ponto de vista de outras pessoas.
O fim deste estágio é marcado por avanços envolvendo a organização dos sentidos que a criança passa a ter, permitindo que a criança comece a pensar antes de agir.
Estágio pré-operacional (2 a 7 anos)
Mesmo que neste estágio o egocentrismo ainda esteja presente, a segunda etapa do desenvolvimento da criança é marcada pela manifestação da autoconsciência.
Nesta fase as crianças já possuem meios de pensamento representativo, permitindo o desenvolvimento do uso de símbolos, linguagem e imagens, pois durante esse estágio a criança se mostra muito interessada na aparência dos objetos.
Estágio operacional concreto (7 a 11 anos)
Neste estágio as crianças desenvolvem a capacidade para a realização de operações lógicas, mas precisando ainda de objetos concretos. Durante esta fase, as crianças se mostram menos egocêntricas, iniciando assim o processo de relativizar seus pontos de vista.
Estágio operacional formal (11 anos em diante)
Nesta fase a capacidade de raciocínio já se apresenta de forma mais desenvolvida, permitindo a manipulação de ideias e objetos e, com isso, a necessidade da presença de objetos concretos é descartada.
Este estágio também é marcado pela capacidade de formar pensamentos hipotéticos, contribuindo assim para o surgimento de um novo poder de imaginação.
Facetas fundamentais de cada fase, segundo Jean Piaget
Embora tenha dividido o processo de desenvolvimento em quatro estágios, Piaget também identificou facetas significativas de cada fase, fazendo assim uma subdivisão em: assimilação, acomodação e equilíbrio.
Assimilação
A assimilação está atrelada ao processo que permite que a criança lide com a experiência por meio de esquemas já existentes.
Acomodação
A acomodação surge quando, durante o processo de assimilação, ocorre a descoberta da necessidade de mudança de pensamentos ou habilidades, fazendo assim com que a criança reorganize seus pensamentos sobre aquelas informações que já existem.
Equilíbrio
Esta teoria diz do equilíbrio entre a assimilação e acomodação, garantindo a criança uma interação entre ela e o meio ambiente.
Principais obras de Jean Piaget
O juízo moral da criança (1932);
A Psicologia da inteligência (1951);
O nascimento da inteligência na criança (1952);
A psicologia da criança (1962).
Impacto no ramo da educação e ressalvas
Apesar de Piaget ter contribuído para a criação de teorias sobre o desenvolvimento cognitivo na infância e ter sido responsável pela mudança nos sistemas de educação da Europa e dos Estados Unidos entre as décadas de 70 e 80, propondo uma forma de ensino mais focada na criança, seu trabalho sofreu algumas críticas e ressalvas com o passar do tempo.
Sua teoria sobre o egocentrismo foi questionada, por exemplo. Em 1979, a psicóloga americana Susan Gelman desenvolveu um estudo que mostrava a criança de quatro anos de idade como sendo capaz de manter discursos simples ao conversar com outras crianças mais novas, contrariando assim a teoria de Piaget de que as crianças agiam inconscientemente sobre as necessidades das outras pessoas.
Sem dúvidas, as teorias de Piaget abriram caminho para novas áreas de estudo e investigação sobre o desenvolvimento cognitivo, tendo sido parte fundamental da transformação da área educacional no mundo ocidental.
Perguntas frequentes sobre Jean Piaget
E aí, gostou de saber sobre as teorias de Piaget?
Obrigada por acompanhar o post até aqui! Fique de olho em outros textos do Blog Demonstre, separei um especialmente para você: 10 Psicólogos da educação – Psicologia do Desenvolvimento.