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O Dilema da Aprovação de alunos

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A constante luta do professor: ensino X obrigatoriedade da aprovação.

 Aprovar ou não aprovar os alunos, eis a questão.

Sobre a Aprovação de alunos as estatísticas dizem tudo. As estatísticas não dizem nada. Há muito temos um dilema complicado quando o assunto é educação, alunos, notas e resultados. Antes de entrar no assunto cabe aqui relacionar algumas verdades.
1ª – O maior índice de reprovação nas escolas públicas é a desistência;
2ª – As escolas expõem excelentes índices de aprovação e notas;
3ª – Os exames de avaliação expõem que nossos alunos não aprendem o básico;

Somente de ler e analisar essas verdades acredito que você já consegue prever para onde vou encaminhar esse diálogo. A convivência escolar é complicada, ano a ano pegamos turmas com uma defasagem maior, onde por razões estruturais, sociais e pedagógicas os alunos não tiveram uma educação adequada e possivelmente não terão condições de acompanhar o conteúdo proposto para aquele momento.

Por mais diversas que sejam essas situações, e por mais esforços oriundos do professor em busca de soluções e acompanhamento desses alunos, no fim eles evidentemente necessitam  de mais um período para recuperar o tempo perdido. Infelizmente essa exigência é cobrada de outra forma e a dificuldade de se reprovar um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, se torna terrível.

O que acontece se não ter muitas Aprovação de alunos?

Veja que se você reprova um aluno você é questionado, debatido, investigado, avaliado. Se você reprova vários alunos você não ensinou a turma, ensinou alguns. Se você cobra o que está nos PCNs você exigiu demais. Se seus alunos não conseguiram fazer sua prova você que não ensinou direito. Se você fez a prova e apenas um grupo não passou, há algo de errado na avaliação desse grupo. Se um aluno reprovou por ‘apenas’ um ponto, quando a média final é 5, não custa nada dar aquela ajudinha…

Para evitar essa realidade, professores e escolas que são cobrados a ‘passar’ alunos e avaliados pela quantidade de alunos que fecham seus ‘ciclos de ensino’, passam a tomar medidas complacentes afim de facilitar para que os alunos passem. 1º a média cai. Normalmente a média bimestral das escolas públicas é 6, mas se o aluno chegar na recuperação e tirar um 5 ele passa de ano. 2º Os professores fazem provas cada vez mais fáceis, com respostas nas provas, com questões diretas, lendo antes a prova e passando o máximo de dicas possíveis.

Aprovação de alunos: divisão de notas

3º As avaliações são divididas em notas iguais, fazendo com que uma prova tenha o mesmo valor de um texto copiado em um caderno, que tem o mesmo valor de um seminário, sem levantar um critério de dificuldade ou esforço real do aluno. 4º Incentiva-se as notas extras, com 10 por desfile, 10 por dança, +1 ponto por isso ou aquilo. 5º Após tudo isso, ainda são arredondadas as notas para ajudar aqueles que precisam de “décimos”. 6º Após tudo isso ainda chamam o professor no canto para ver a possibilidade de outros trabalhos ou uma ‘ajudinha’. 7º Após tudo isso ainda existe o conselho escolar. 8º Após tudo isso ainda há notas que são modificadas e ajustes resolvidos na sombra da noite.

Infelizmente o que as pessoas não percebem é que essa realidade é muito triste, e que as consequências para os alunos é gravíssima. Somos nós que reduzimos e diminuímos o nível do nosso conteúdo, repetindo assuntos anteriores várias vezes, ignorando problemas básicos e fazendo com que esse aluno saia sem base para encarar exames ou concursos. Veja que no começo do ano eu iniciei um curso preparatório para o IFRN. A média de acertos dos 30 alunos que fizeram a prova foi de 07/40 questões. No mesmo caminho a prova da OBMEP mostra o quanto os alunos apresentam deficiência. Veja que alunos que acertaram 03/20 passaram para a segunda fase do exame e foram parabenizados, quando a dificuldade das questões são simples ou moderada.

Como a aprovação de alunos impacta no futuro dos jovens?

Mas a questão não está simplesmente nos exames. Está no cidadão que preparamos e onde queremos que eles cheguem. Como serão esses meninos no decorrer dos anos? Qual o futuro que espera um jovem ludibriado e que aprendeu a ludibriar todos os seus desafios? E qual comunidade que será formada se nossos jovens continuarem passando de ano, sem bagagens, sem histórias e sem vivências?

Encaremos que as situações são as mais diversas possíveis. São alunos que chegam no 6º ano do fundamental ou 3º ano do ensino médio sem capacidade de leitura, escrita e nem os cálculos básicos; falta constante de professores; salas superlotadas; deficiências de aprendizagens ou mesmo deficiências mentais não diagnosticadas e não acompanhadas. Uma pandemia de situação tristes e cruéis que oriundas e aliadas ao descaso público acabam por piorar a situação.

Mas isso pode mudar. E isso tem que mudar. Mais vale um aluno que apanhe e reprove, mas tenha força para lutar e continuar evoluindo, do que um aluno que coleciona anos perdidos e diplomas sem valor.

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Aprovação de alunos

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